Sinais precursores do Espiritismo
março/2015 - Por Rogério CoelhoHá dois milênios e meio Sócrates oferecia noções de Espiritismo a seus discípulos.
(…) e Eu rogarei ao Pai, e Ele vos enviará outro Consolador… Jesus. (Jo. 14:16)
O Espiritismo é um só: aquele que foi codificado por Allan Kardec, em meados do século dezenove, ao apresentar em Paris, no dia 18 de abril de 1857, a primeira edição de O Livro dos Espíritos.
Sem embargo, por mais paradoxal que possa parecer, o Espiritismo é novidade, mas não é novo: sempre existiu desde que o mundo é mundo! Apenas o ignorávamos… Isso vem confirmar o brocardo: Não existe nada de novo sob o Sol.
Muito antes do aparecimento oficial da Doutrina Espírita com Allan Kardec ─ na França ─, homens de alta inteligência possuíam intuição de sua realidade. Se não empregaram o termo Espiritismo, é porque este ainda não existia, pois se trata de um neologismo criado pelo mestre lionês, com a precípua intenção de evitar se multiplicassem as causas já numerosas de anfibologia.
Há dois milênios e meio, Sócrates alinhava puras noções de Espiritismo a seus discípulos; e, assim, através da História da Humanidade, registramos inúmeros outros vexilários de tais conceitos. Os fatos, portanto, já existiam… Os dois mundos: material e espiritual sempre coexistiram em plena interação. A Codificação Espírita significou a ordenação, a disciplina dos fatos e sua transformação em corpo de doutrina, concretizando a promessa de Jesus quanto à chegada do outro Consolador entre nós.
Quem seriamente estuda o Espiritismo, nota ─ logo de início ─ a sua característica e vocação de Consolador, vez que nos faculta o conhecimento do Mundo Espiritual que nos cerca, ao mesmo tempo em que mata a morte, demostrando a Imortalidade da Alma e suas ilimitadas possibilidades de evolução, através das reencarnações.
Mostra-nos, também, a Doutrina dos Espíritos, a origem, destino e a razão de nossas existências, isto é, de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para onde vamos. Mas, não se trata de simples questões hipotéticas, teóricas e sim, de revelação científica insofismável, racional, incontestável…
Aprendemos, com Kardec, que a Revelação Espírita, por sua natureza, tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. Participa da primeira, porque foi providencial o seu aparecimento e não o resultado da iniciativa, nem de um desígnio premeditado do homem; porque os pontos fundamentais da doutrina provêm do ensino que deram os Espíritos encarregados por Deus de esclarecer os homens acerca das coisas que eles ignoravam (…) Participa da segunda, por não ser esse ensino privilégio de indivíduo algum, mas ministrado a todos do mesmo modo (A gênese, cap.1,item 13), não dispensando o uso do raciocínio, do exame e do livre-arbítrio… Assim, é divina a origem do Espiritismo, mas sua elaboração é fruto do trabalho do homem.
Lemos na Revue Spirite, de agosto de 1868, importantes e esclarecedores apontamentos sobre a trajetória do Espiritismo em nosso Orbe: (…) parece-nos útil à história do Espiritismo, dividir a sua existência em dois períodos:
1º Período: da origem do Mundo até 1850;
2º Período: de 1850 até o futuro infinito.
Podemos, dessa forma, didaticamente, compreender sob o título geral de: Espiritismo retrospectivo os pensamentos, as doutrinas, as crenças e todos os fatos espíritas anteriores à Codificação, isto é, até o ano de 1850, data na qual começaram realmente as observações e os estudos sobre as espécies de fenômenos.
Não foi senão em 1857 que tais observações começaram a ser coordenadas em corpo de doutrina metódica e filosófica, encerrando o período do Espiritismo retrospectivo e iniciando a segunda e definitiva fase que poderemos classificar como Espiritismo Moderno, inaugurada com o advento da Codificação Kardequiana, constituída pelos cinco livros básicos: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.
Nos itens VI e VII da conclusão de O Livro dos Espíritos, esclarece, ainda, o ínclito mestre lionês: Falsíssima ideia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua força lhe vem da prática das manifestações materiais e que, portanto, obstando-se a tais manifestações, se lhe terão minado as bases. Sua força está na filosofia, no apelo que dirige à razão, ao bom senso. (…) Fala uma linguagem clara, sem ambigüidades. Nada há nele de místico, nada de alegorias suscetíveis de falsas interpretações. Quer ser compreendido, porque chegados são os tempos de fazer-se que os homens conheçam a Verdade.
Longe de se opor à difusão da luz, deseja-a para todo mundo. Não reclama crença cega; quer que o homem saiba porque crê. Apoiando-se na razão, será sempre mais forte do que os que se apoiam no nada. (…) As ideias espíritas são um penhor de ordem e tranquilidade, porque pela sua influência, os homens se tornam melhores uns para com os outros, menos ávidos das coisas materiais e mais resignados aos decretos da Providência.
Os que compreendem e praticam o Espiritismo se beneficiam, entre outras coisas, de três efeitos imediatos:
1º – desenvolvimento do sentimento religioso;
2º – resignação nas vicissitudes da vida;
3º – estímulo da indulgência para com os defeitos alheios.
Assim compreendendo, observa Santo Agostinho, nas letras finais de O Livro dos Espíritos (item IX), que o Espiritismo é o laço que um dia unirá as criaturas que até hoje se têm mutuamente estraçalhado e anatematizado em nome de Deus, que foi sempre ─ por excelência ─ pacífico e misericordioso, ofendendo-O com semelhante sacrilégio.
(…) Quereis saber sob a influência de que Espíritos estão as diversas seitas que entre si fizeram partilha do mundo? Julgai-o pelas suas obras e pelos seus princípios. Jamais os bons Espíritos foram os instigadores do mal; jamais aconselharam ou legitimaram o assassínio e a violência; jamais estimularam os ódios dos partidos, nem a sede de riquezas e das honras, nem a avidez dos bens da Terra. Os que são bons, humanitários e benevolentes para com todos, esses os seus prediletos e prediletos de Jesus, porque seguem a estrada que Este lhes indicou para chegarem até Ele.
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