O ser humano de Bem
julho/2018 - Por Antônio Moris CuryO item três do capítulo XVII de O Evangelho segundo o Espiritismo, uma das obras básicas da veneranda Doutrina Espírita, intitula-se O homem de bem [O ser humano]. São cerca de duas páginas que valem ser lidas com vagar, com cuidado, analisando, comparando, meditando, tal a importância de que se revestem os conceitos ali expendidos. O texto é um primor, e sintético. Aliás, como repetidamente temos afirmado em outros artigos, O Evangelho segundo o Espiritismo, por inteiro, merece ser lido e estudado de capa a capa, com a máxima atenção possível, diante de suas irrecusáveis importância e atualidade. Bom seria, aliás, que o definíssemos como nosso livro de cabeceira, para ser usado a qualquer momento e, especialmente antes de dormir, a fim de dissipar dúvida, incerteza, aflição, angústia e medo que eventualmente estejamos vivenciando.
Com efeito, registra o seu primeiro parágrafo: O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Poucas palavras para um conteúdo formidável, e muitíssimo importante.
O Amor é a lei maior da Vida, como se pode deduzir pelo ensino máximo de Jesus, o Cristo: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, com o qual resumiu toda a lei e os profetas. Por essa razão, quem consegue aplicar, em plenitude, o ensino maior do Mestre dos mestres estará também colocando em prática a justiça e a caridade. Caridade, como afirmou o Apóstolo Paulo de Tarso, é o amor em ação.
Em seguida, aborda-se a questão da consciência, afirmando-se que o homem de bem interrogará a consciência sobre seus atos, se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele e se fez a outrem tudo o que gostaria lhe fosse feito.
A consciência, como sabemos, é o grande tribunal de cada um de nós: havendo a prática de erros, males e equívocos, ela badala, tilinta, sinaliza. Não há como evitar.
Não por acaso, a Lei de Deus está escrita na consciência (q. 621 de O Livro dos Espíritos).
Por outra parte, questiona-se se o homem de bem fez todo o bem que podia. É muito interessante a indagação, uma vez que há quem acredite ser suficiente o não praticar o mal. Não praticar o mal, diga-se de passagem, é um passo, um avanço, mas não é o suficiente.
Cumpre ao homem fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem (q. 642 de O Livro dos Espíritos).
Ainda, levanta-se a hipótese de desprezo voluntário de alguma ocasião de ser útil. Usa-se o vocábulo alguma, o que significa dizer que não deve ser desprezada nenhuma ocasião de ser útil. E todo ser humano tem possibilidade de ser útil onde quer que se encontre, nas mais diversas e variadas situações. É importante ser útil, e cada vez mais útil. É deveras importante sentir-se parte integrante e inseparável da sociedade em que nos encontramos, realizando o nosso melhor independentemente de remuneração, financeira ou não.
Por fim, e examinando ligeiramente apenas o primeiro parágrafo desse item, alude ainda se o ser humano fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Em outras palavras, aí está o ensinamento máximo de Jesus, antes referido. No dia em que conseguirmos, plenamente, fazer ao próximo somente aquilo que gostaríamos que ele nos fizesse, além de estarmos cumprindo, na íntegra, o excelente ensinamento do Cristo, sem dúvida estaremos vivenciando momentos de grande alegria e felicidade aqui mesmo na Terra.
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